Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2016

Silêncios e coração

Porque será que muitas vezes aquilo que não se diz é de muito mais valor do que aquilo que se consegue traduzir por palavras? Eu sei que isto é verdade para muitas pessoas que conheço. E procuro aceitar esta reserva, nos outros, o melhor que sou capaz. Na minha opinião, tudo o que é bom, deve ser dito aos outros. Tudo o que sentimos de bonito, deve ser partilhado com a origem desses sentimentos. Nunca se deveria ter medo de se dizer o que se sente, o quanto o outro é especial para nós, o quanto nos faz bem, o quanto nos alegra a vida, o quanto seja o que for. Mas verifico que estas palavras assustam as pessoas. Dizer coisas bonitas, assusta. Será que é por medo de se ficar preso ao que se diz? Ou de se criar expetativas sei lá do quê? Ou de se ficar vulnerável? Ou de se parecer pateta? Se assim for, faço o possível para ser pateta. Com todas as pessoas que adoro. Mas nem sempre é possível. Às vezes tenho que ser uma senhora adulta que reserva o que sente. Porque o silêncio dos out

A parte de Deus

Existem uns dias em que não consigo vislumbrar o plano de Deus. Apenas posso confiar que tudo correrá da forma que for melhor para mim. Tudo correrá da forma que me trouxer felicidade ou aprendizagem. Porque tenho a consciência plena que ando por cá a endireitar a alma. A chatice toda é lidar com aquilo que Deus faz depender do meu livre arbítrio. Ou que faz depender do livre arbítrio dos outros. E quando são as nossas escolhas que traçam os rumos, nunca se sabe o que pode acontecer. Por isso passo a vida a pedir a graça de ser capaz de escolher sempre, em todas as circunstâncias, a vontade de Deus e o caminho que ele para mim traçou. É sempre o mais fácil, o que implica o menor sofrimento. Mas tenho medo de nem sempre ser capaz de o fazer.  Quando me pergunto do que é que tenho mais medo, costumo responder que tenho muito pouco medo, graças a Deus. Mas de tudo, o que tenho mais medo, é de mim própria. Embora possa parecer esquisito, tenho medo de mim própria. Tenho medo de esfran

O aniversário da Magdala!

Amanhã vou comemorar um aniversário muito importante: foi o dia em que dei início a esta aventura da escrita! Parabéns para a Magdala que fez um ano de existência! Na verdade, a Magdala já vive em mim desde não sei quando. Não tenho a noção de quando comecei a ter tantos mundos por dentro. Talvez desde que me lembro de mim própria. Desde sempre. Tenho sim a noção de quando tive a necessidade de escoar tudo o que interiormente transbordava. E isso começou no ano passado. Quando comecei a sentir imensas coisas entaladas na garganta e que não podia dizer, ao vivo e em presença, a quem me apetecia. Também talvez tenha cimentado uma aprendizagem grande que começou a ter estas consequências – percebi que as palavras só fazem eco quando os outros estão preparados para as receber. Aprendi que a verdade não pode ser dita a todo o custo. Até porque a verdade é apenas a minha e não a dos outros. Por outro lado aprendi que não vale a pena conversar sobre aquilo que os outros não querem conver

O vazio que rebenta umbigos

"Cuidado com o vazio de uma vida demasiado ocupada." Li esta frase e fiquei com os pensamentos a mil. Tenho estado a refletir sobre a sabedoria que traduz. Assim em meia dúzia de palavras resume um conjunto de pensamentos que já tenho escrito ao longo deste blog. Sempre me preocuparam as correrias das pessoas. Principalmente porque me tocam cá no coração. Tenho sofrido com as correrias dos outros, daqueles que me são tão especiais e queridos. E vejo-os sofrer e fazerem sofrer os que estão à sua volta. Na verdade, também tenho tido um conjunto de conversas à volta do tema, com quem me preocupa. Mas dá igual. Quem corre precisa de parar por si próprio, porque percebe interiormente que tem que parar ou a vida encarrega-se de tratar do assunto. Tenho sempre esperança que as conversas ajudem. Mas as palavras só fazem efeito quando as pessoas estão preparadas para as receber. Nem antes nem depois. No momento certo, como tudo na vida. Nunca perco a esperança que fiquem lá a ma

Eu sou

Eu sou do mar, sou do sol, da natureza verde e da música. Assim de repente, parece-me que esta listinha, curta de aparência, sumariza todo o meu sentimento de pertença. São estes os meus principais elementos. Onde me identifico e descanso. Onde me sinto uma parte integrante sem causar entropia. Onde apenas ser é um estado fantástico de paz e de serenidade. Muito de vez em quando consigo juntar estes elementos todos em simultâneo. Loucura total! Felicidade intensa! Interessante como não tenho sentimentos de pertença com pessoas. Adoro pessoas. Algumas, amo de paixão. Mas tenho muito claro no meu espírito que não lhes pertenço nem elas a mim. No máximo, caminhamos juntos durante algum tempo do nossos percursos. Ou para sempre, dependendo do tipo de relacionamento. Partilhamos bocadinhos de vida. Já passei por tanta perda que já não me restam sentimentos de pertença. E ainda bem pois ninguém é de ninguém. Aprendi esta lição, parece-me. Nem as nossas crias são nossas. Assim que o momento

Envergadura de asa

Hoje gostava de ser capaz de escrever uma coisa bonita. Daquelas cheias de serenidade, de esperança ou de sorrisos. Ultimamente só tenho escrito dores, saudades e tristezas. Só tenho andado virada para esse lado. Mas é o lado para onde a minha alma se virou. Existem alturas assim na nossa vida. Faz parte. Existem alturas em que a falta que temos do que nos faz tanto bem, nos deixa tristes. Eu acho que sou normalmente uma pessoa tão alegre porque sei bem dar o valor ao quanto custa a tristeza. Quando o coração anda triste, é que se sabe a importância que a alegria tem na nossa vida. A alegria ilumina a alma assim como o sol ilumina o dia. Mas nem sempre o sol está a pino, em todo o seu esplendor. Às vezes também está escondido atrás das nuvens. Também a minha alegria anda escondida. Acredito que um dia destes volta em força, como de costume. E vai voltar quando eu acertar aqui umas coisinhas na minha vida. Tenho andado a pensar sobre muitas coisas. Ando até bastante em paz apesar de tr